terça-feira, 11 de agosto de 2015 0 comentários
e ela já estava muito velha.
deixando buracos em minha face
por onde feixes de luz podiam entrar e sair

- desfazendo-me - 

pedaços de mim
desapegavam-se
e eu estava nua e virgem.


- fico inerte - 

porque agora eu sei
que o solo lá fora,
esconde pequenas granadas

'não tenha medo'
eu me digo

outone-se querida,
você está sempre sozinha
seja seu amante e amigo
porque ninguém mais te entende.

o mundo todo é hostil!

e se eu não fizer
vou parar no tempo,
não amarei desconhecidos
e nem partirei outros solitários corações...

quero a certeza
das linhas
flamejantes
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você pode ser
o que quiser
desde de que 'eles' não saibam.

tome todos aqueles remédios
e não se esqueça do esparadrapo,
- ninguém vai notar - 

your broken heart
machucando
seu peito jovem!

ela vai guardar todas aquelas dores antigas,
transbordar em filmes e músicas
... sentir falta do que jamais terá
e ninguém se importará...

por que ninguém nunca perguntou

ninguém sabe o que ela esconde.

ela é uma Hiroshima
quando o outono vem...
é uma pena que alguns
não
VERão
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ela sabe/sente
que deve haver alguém nesse
mapa
que a lê,
sem atropelar nenhuma vírgula

deve ser isso que as pessoas buscam o tempo todo:
elas não querem a solidão,
querem alguém para lembrar que elas foram reais,
cantando músicas ou lendas sobre seus feitos.

a verdade?

é que não tem mesmo graça
navegar sozinho em alto mar,
quem irá garantir
a VERdade de suas histórias
de pescaDOR?

será que isso importa?
é mesmo preciso provar alguma coisa?
a gente não pode só viver e amar e rezar e comer sorvete?
porquê dá pra ser feliz assim...
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eu vi uma garota sentada
no banco de concreto
de
um lugar aí

- aparentemente cansada - 

de sobreviver
o dia todo.

não gostava de olhares,
talvez fosse introvertida
ou invertida em dores alheias
ou talvez tivesse sensibilidade
de olhares prolongados.

olhava o tempo todo pra um relógio

- já descascado - 

tentando acelerar o tempo
que é teimoso em não demorar.
segurava uma mochila marrom
como quem segura a única passagem
de volta pra casa

contava cada carro ou pessoa de determinada cor
que passava
e
pensava que seria maravilhoso
aparatar ali mesmo
ela bem que queria

[...]
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ela não tem medo do escuro
pelo contrário,
adora DES conhecidos e
mendigos de amor.

ela tem fobia à rotinas
mas acha, por exemplo,
que o relógio deve ser feliz
porque repetir é a única finalidade dele
e a faz com perfeição.

mas e ela?

com aqueles olhos de chuva
e a alma nublada de dúvida?
o que será que ela retém...
que ninguém mais contém
 
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