terça-feira, 11 de agosto de 2015
eu vi uma garota sentada
no banco de concreto
de
um lugar aí

- aparentemente cansada - 

de sobreviver
o dia todo.

não gostava de olhares,
talvez fosse introvertida
ou invertida em dores alheias
ou talvez tivesse sensibilidade
de olhares prolongados.

olhava o tempo todo pra um relógio

- já descascado - 

tentando acelerar o tempo
que é teimoso em não demorar.
segurava uma mochila marrom
como quem segura a única passagem
de volta pra casa

contava cada carro ou pessoa de determinada cor
que passava
e
pensava que seria maravilhoso
aparatar ali mesmo
ela bem que queria

[...]

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